No futuro, países desenvolvidos vão “sair no tapa” por imigrantes
Morei um tempo no Japão a trabalho e é chocante o impacto da ausencia de mão de obra lá. Cada ano que passa algo absurdo é feito para mitigar o problema. Hoje, há programas do governo para idosos aposentados voltarem a trabalhar. Não era incomum ver gente de 80 anos trabalhando. E não vai melhorar. Pior: vai piorar em ritmo acelerado.
O caso japonês é o futuro dos demais países desenvolvidos. O recurso humano, insubstituível para inúmeras tarefas essenciais e de longe o mais valioso recurso escasso em toda economia, vai ficar cada vez mais escasso e isso irá encarecer muito a mão de obra e aumentar muito os custos das empresas, além de tornar muitos empreendimentos inviáveis.
Lê-se na imprensa que um pedreiro brasileiro que recebia 900 dólares por semana nos EUA (um salário baixo para o americano típico, mas alto para ele) e exercia alegremente esse serviço (extremamente essencial) nos últimos 10 anos, foi deportado de volta ao Brasil e chegou aqui algemado, tratado igual um bandido. Em poucas décadas os EUA vão se arrepender amargamente de ter deportado trabalhados honestos e baratos como esse.
Já no Brasil, lê-se na imprensa que um dos motivos da recente alta nos preço dos imóveis deve-se à falta de mão de obra no setor de construção civil. Seu sonho da casa própria está mais distante por escassez de trabalhadores como aquele que os EUA deportaram. É apenas questão de tempo para que uma pessoa como ele valha mais que kilos de ouro para um país. Sei que há muitos imigrantes problemáticos, fugindo da lei, ou com más intenções. Mas o imigrante honesto e trabalhador que ofecere mão de obra barata para países onde não há mão de obra disponível deveria ser diferenciado e deveria haver programas para distingui-los dos demais e legaliza-los. Por questões de sobrevivência no longo prazo.